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O que atrapalha a vida?

Cohabitação - Repúblicas - "Cohousing"

por Dion


: Morar em comunidade é uma forma muito eficaz de enriquecer a vida. Acredito que há uma fonte muito grande de aprendizado no convívio com outras pessoas, ainda mais quando este convívio é tão intenso como dividindo a moradia.
: Comecei a morar em república quando estudante, como tantas outras pessoas. Hoje tenho a convicção que cohabitação não é coisa só para estudante, podendo trazer benefícios para todas as idades e estágios da vida.

Foto de moradores de república

: Depois de formado, montei uma república só de engenheiros. Trabalhávamos todos numa indústria aeronáutica e alugamos uma casa com seis quartos, piscina, churrasqueira... Gastávamos menos do que quando morávamos separados, e tínhamos uma vida muito mais rica, com muito mais espaço.
: Tenho um casal de amigos que começou a vida conjugal dividindo a casa com outro amigo, que passava alguns dias por semana na casa. Depois, com a vida mais "acertada", mudaram para uma casa maior, mas acabaram convidando uma outra amiga para morar junto. A presença de uma terceira pessoa amenizava as tensões de casal e ainda facilitava a guarda do filho.

: Para ser feliz numa moradia compartilhada a chave é comunicação. É importante escolher as pessoas certas para dividir estes momentos. Valores semelhantes, expectativas de gastos semelhantes, diálogo e ter um certo bem-querer um pelo outro. O bem-querer eu não tenho como explicar, mas creio que todos sabem identificá-lo quando olham nos olhos de uma pessoa e percebem aquele "olho bom". Isto é importante na hora de montar uma república. A melhor forma de encontrar as pessoas certas, é no boca-a-boca, comentando com seus amigos que você procura alguém.

: Uma das maiores fontes de aprendizado neste tipo de moradia é a necessidade de respeitar as diferenças entre as pessoas. Cada um tem suas manias e gostos que, se respeitados, darão um colorido a mais na vida. Eu, por exemplo, tenho dificuldades em conviver com televisão e toco saxofone. Outros gostam de dormir até tarde, com a tv ligada... É preciso contornar!

: Para facilitar este convívio saudável, na hora de alugar uma casa para dividir, é interessante procurar algo espaçoso. Sete pessoas dividindo uma kitnet têm que se amar muito para não se matar! Ter espaço facilita que cada um tenha seus momentos íntimos e tenha onde "se esconder" quando não estiver com humor para convívio. Dois banheiros, pelo menos, também é um fator importante. Se couber no orçamento, um quarto para cada um. Se não couber, tudo bem. Uma empregada uma vez por semana também pode ser uma forma de amenizar a bagunça que, por mais que se cuida, acaba surgindo.

: Uma república não tem número fixo. Eu já morei em repúblicas de 2 a 7 participantes. Pessoalmente, acho que com mais de 3 é que começa a ficar interessante. Com 2 pode ficar uma coisa bi-polar: "eu acho que sim", "eu acho que não" - e quem desempata? Quando tem muita gente, pode sempre ter um debate, tem a "turma do deixa disso", dá para votar... Por outro lado, tem que preparar um sistema de convívio: cartazes, caixinha de gastos, escala para a louça...

: Os gastos normalmente são rateados irmamente. Algumas repúblicas dividem também coisas básicas -limpeza, manteiga, óleo, sal, arroz- mas deixam o resto da dispensa separada para cada um. Eu prefiro quando a gente divide simplesmente tudo. Se está em casa, é para comer. É prático, não tem causado desentendimentos, e fica mais "em casa".

: A chave de uma boa república é justamente torná-la um lar. Existem repúblicas-dormitório, onde as pessoas apenas estão ali, mas não moram ali. Estas, na minha opinião, são repúblicas "sem alma", onde surgem grandes conflitos. É importante que cada morador contribua para fazer dali o seu "cantinho", trazer um aconchego. Algo que lembre a casa da sua avó. Toalha na mesa, panos de prato, quadros na parede, música, refeições compartilhadas, pipoca, multirão para limpeza... São pequenas coisas que fazer da república o lugar para onde você quer voltar no final do dia.

: Resumindo, cohabitação ou repúblicas são uma forma de morar melhor do que num quarto-e-sala, aprender com pessoas interessantes, poder receber seus amigos, desenvolver a fundo sua inteligência emocional. E, depois de um tempo, ter realmente irmãos e irmãs naqueles com quem você compartilhou seus momentos.


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