Ecovila Tibá e Afins
Projeto Ecovila Tibá

: Tibá, o nome
: Tibá em tópicos resumidos
: Missão e Visão
: Valores
: Organização e Liderança
: Arquitetura
: Trabalho
: Educação
: Bens Naturais
: Moeda Solidária
: Religiosidade
: Solução de Conflitos
: Pessoa Jurídica

:: BoleTiba (mensal)
:: Atas

: Manifesto Tibá (por Adriano)
: Bibliografia do Saulo

: Visita ao Invernada
: Paisagens da/na Ecovila Tibá
: Limpeza da Piscina

Resenhas do Saulo


Resenha sobre a relação de livros: Como o site pretende ser uma contribuição ao pessoal da Ecovila TIBÁ e das Ecovilas, em função de minhas pesquisas teórica, metodológica, de modo intermitente a partir de 1977, sobre as Ecovilas, tendo realizado tbm pesquisas empíricas e práticas: vivendo em Ecovilas no Brasil e na Alemanha, algo que observei, constatei, sobretudo com o pessoal mais jovem, mais ativista, é que parte das pessoas que vive neste universo apreende esse mundo mais a partir de vivências diretas. Significa que, com menor reflexão teórica (o que não é o caso de vocês que percebo muito interesse, inclusive que motiva esse e-mail), apreende o mundo através das formas de pesquisa empírica e prática. Nesses casos, fica portanto, faltando uma parte da práxis (teoria + prática), essa porção da reflexão que considera não apenas o próprio conhecimento obtido através da sua experiência pessoal privada, empírica e prática, mas também o conhecimento acumulado da humanidade na forma de conhecimento teórico e metodológico. Em função dessa lacuna uma sugestão que posso oferecer aos participantes do nosso grupo de Ecovila, é a de um aprofundamento da teoria explicativa do mundo que nós contestamos e queremos mudar. Uma vez que quem quer mudar o mundo e /ou viver melhor nele é necessário compreendê-lo. Nesse sentido faço uma sugestão:
1) Uma relação dos livros significativos que já foram editados para a emergência e desenvolvimento das Ecovilas. Envio-lhes uma relação agora. Se desejam podem agrega-la à bibliografia on-line que vocês oferecem no site da Ecovila TIBA: uma relação de livros mais significativos para a cultura, para o paradigma das Ecovilas. Por exemplo, uma relação dos livros essenciais que sejam um certo consenso na sua contribuição em explicar e desenvolver o movimento das Ecovilas.
Minha sugestão de bibliografia, com alguns comentários sobre cada livro é a seguinte:
Como expresso no passado nós as denominamos no Brasil de Comunidades Alternativas.
I) TAVARES, Carlos A. P. 1985. O Que São Comunidades Alternativas. São Paulo : Nova Cultural/ Brasiliense.101pag. R$9,00 ( R$ 4,00 em sebos )
Sintese.
No marasmo e autodestrutividade dominantes, as comunidades alternativas surgem, crescem e propagam uma nova maneira de viver. Valores totalmente novos, totalmente distintos daqueles provenientes dos estilos de vida e práticas de consumo da civilização industrial.

II) FRITJOF, Capra. 1981. O Ponto de Mutação.- A Ciência, A Sociedade e a Cultura Emergente. São Paulo : Editora Cultrix. 445 pag. R$28,00 ( R$15,00 em sebos)

Síntese.
Os anos 60 e 70 gestaram e desenvolveram uma série de movimentos sociais - Ecológico, feminista, hippie, de comunidades, de negros, das novas religiões, entre outros - que parecem caminhar, todos, na mesma direção, enfatizando diferentes aspectos da nova visão da realidade. Até agora esses movimentos ainda operam, em parte, separadamente, eles ainda não reconheceram que suas intenções se inter-relacionam.

"A finalidade deste livro é fornecer uma estrutura conceitual coerente que ajude esses movimentos a reconhecer as características comuns de suas finalidades. Assim que isto acontecer, podemos esperar que os vários movimentos fluam juntos e formem uma poderosa força de mudança social. A gravidade e a extensão global de nossa crise atual indicam que essa mudança é suscetível de resultar numa transformação de dimensões sem precedentes, um momento decisivo para o planeta como um todo " ( p.14).

III) ILLICH, Ivan. 1976. A convivencialidade. Lisboa: Editora Europa - América. Hoje em grandes Bibliotecas, ou em sebos. Aprx. R$15,00 (nos sebos).
Síntese.
Ivan Illich, hoje um dos participantes, líderes de uma comunidade próxima à cuernavaca no México, ex- padre católico, foi expulso pelo papa da Igreja por suas idéias revolucionárias, realizou em sua trajetória de cientista, como professor e pesquisador, inclusive universitário uma das críticas mais contundentes e profícuas à civilização industrial neste século, com propostas reais de solução dos problemas criados por essa civilização. As pessoas que exercitam a vida comunal – Ecovilas, comunas, comunidades intencionais, Kibbutzins, etc, bem como os atores dos movimentos sociais contestatórios na década de 70 e ainda hoje têm na ciência produzida por Illich uma das fontes de inspiração e fundamentos mais significativos.
Para Illich a substituição progressiva dos bens e serviços de valor de uso pela produção de mercadorias, a criação de necessidades fictícias que alimentam e são alimentadas pelas organizações de serviços hipertrofiadas, a difusão de uma “versão moderna da pobreza” são os efeitos da contínua autodissolução de uma sociedade que já atingiu o nível máximo da produção de massa :
“a natureza esta desnaturada. Desenraizado, castrado na sua criatividade, o homem esta fechado na sua própria cápsula individual” (p.11 e12 ).
A solução proposta (e posta em práxis por ele ) é a criação de um contexto grupal/ social no qual todos os indivíduos possam utilizar de modo convivial os instrumentos aptos à criação de bens e serviços. ( P. 49) . Todos deveriam estar em condições de produzir os próprios valores de uso segundo as suas necessidades reais, subtraindo assim do monopólio dessa casta dos especialistas, seja no que diz respeito à utilização de tais instrumentos, seja no que diz respeito ao seu controle e à planificação dos recursos disponíveis.
A transformação generalizada dos meios (as mercadorias) em fins (o seu domínio) deve, portanto, ser objeto da atenção de todos aqueles que não se conformam com a dissolução e o profundo aviltamento dos pressupostos da vida humana. Para esses ele sugere uma “busca radical”.
Essa “busca radical” tem dois aspectos ou dois momentos:
“no estudo da crescente inutilidade marginal e das ameaças geradas geradas pelo desenvolvimento”(P.134). Como base no nosso estudo, poderemos dedicar-nos a “descobrir os sistemas e as instituições que otimizam os modos de produção radical ” (p. 134).

... "Com base em um conhecimento da produção radical podemos produzi-la e iniciar um processo de desacostumarmo-nos das condições industriais de vida, abrindo o caminho em direção a um modelo de vida na medida do homem".
O que é uma necessidade, em decorrência de que :
“Os nossos sonhos estão padronizados, a nossa imaginação industrializada, a nossa fantasia programada”
Illich (1973,30).
Caímos presas do consumismo, tornamo-nos aprisionados no paradigma.

Consumismo. São essas “nossas” “necessidades”, criadas artificialmente que hoje geram/ desenvolvem o que chamamos os estilos de vida e práticas de compras. E como nunca conseguimos satisfaze-las, - elas são criadas sempre em maior escala, o capital “precisa” crescer, acumular - podemos desse modo perceber que a nossa carência é industrializada - é criada artificialmente.

“ Uma figura da mitologia grega bem ilustra esse pesadelo. Tendo sido convidado a participar do festim dos deuses, Tântalo, rei da Lídia, porém apenas um mortal, lhes furta da mesa a Ambrosia, alimento dos deuses que segundo a mitologia seria o que lhes permitia permanecerem imortais. Tântalo torna-se imortal. Como castigo os deuses lhe concedem a imortalidade, porém, nos infernos, onde ele é permanentemente presa da fome e da sede. As águas do rio somem no momento que ele se curva sobre elas, o ramo da arvore eleva fora de seu alcance o fruto que ele quer colher."

A sede e a fome de Ambrósia são hoje experimentadas pelo comum dos mortais, no pesadelo de uma sociedade que eufemísticamente chama de “revolução das expectativas crescentes” ao abismo sempre mais profundo da frustração também crescente diante aceitação, apática, ilusória, inconsciente do mito da felicidade como acesso à crescentes níveis de consumo.
É o que acontece quando os produtores e seus associados acreditam e induzem – todos nós e eles, produtos do paradigma - , através de múltiplas formas, a eles próprios e aos outros componentes da sociedade que gastem sempre mais para adquirir o que é “determinado” industrialmente como necessário, a despeito do fato de que toda nova aquisição traz um acréscimo de sofrimentos.

“A aspiração de ter asfixia a esperança”. Com a industrialização do desejo e a ritualização operacional das reações das pessoas, a hybris se tornou coletiva e a sociedade industrial é em grande parte a realização material do pesadelo. Pesadelo porque não se alcança, não se realiza socialmente o que se é ensinado, induzido e programado para desejar. E pesadelo porque quando parte da sociedade consegue realizar acríticamente esses desejos de níveis elevados de consumo social, o próprio desejo e sua realização levam ao biocídio.*
Em “seus” anseios de consumismo as pessoas são programadas, induzidas à procura sempre de modelos novos dos produtos e serviços.
“Desse modo a sorte da humanidade em sua esmagadora maioria é bastante má. O modelo novo produz uma nova pobreza. O consumidor, o usuário, ressente-se duramente da distância que existe entre o que tem e “o que seria melhor ter”. Mede o valor de um produto pela sua novidade e presta-se a uma educação permanente com vista ao consumo e ao uso da inovação. Nada escapa à usura, nem sequer os conceitos. A lógica do “sempre melhor” toma o lugar da do bem como elemento estruturante da ação.
Uma sociedade empenhada na corrida em direção ao maior bem-estar sente como ameaça a simples idéia de qualquer limitação ao progresso. Então, o indivíduo que não muda de objetos conhece o rancor do fracasso e aquele que muda descobre a vertigem da carência. Aquilo que tem repugna-lhe, aquilo deseja ter deixa-o doente.“ Iliich (1973)
E afinal, Como romper o círculo? Como Libertar-se?
" É necessário fazer a pergunta: Quem me agrilhoa, quem me habitua às suas drogas?
Fazer a pergunta é já responder-lhe. É libertar-se da opressão do sem – sentido e da carência, reconhecendo cada qual a sua própria capacidade de aprender, de se mover, de se cuidar, de se fazer entender e de compreender.”...” A carência que a sociedade industrial mantém com esmero não sobrevive à descoberta que mostra como as pessoas e as comunidades podem, por si mesmas, satisfazer as suas verdadeiras necessidades.” Illich (1973,36).
Genial moçada?
IV) SCHUMACHER, Fritz. 1973. O negócio é Ser pequeno. ( Small is Beautiful) Rio de janeiro : Zahar Editores.
V) FRITJOF, Capra. 2002. As Conexões Ocultas -Ciência Para Uma Vida Sustentável-. São Paulo : Editora Cultrix/ Amana-Key. 296 pag. R$ 38,00 ( Não creio que seja encontrável em sebos)

Inclusive pode ser interessante que se participe qdo. possível dos ENCAS - Encontro Nacional das Comunidades Alternativas/ Aqüarianas- Esse ano vai haver o 28¾. ENCA. Tem muita loucura, mas é uma festa boa.
E os e-mails das Ecovilas mais antigas, o pessoal da prática tem muito a ensinar:
Eknath, o Ed da Frater lá em Pirenópolis GO, com mais de 25 anos de Ecovila. Podem escrever para ele, que ele vai ficar feliz de poder dar uma força, de ajudar, de participar.
e-mail: Frater Unidade <fraterunidade@yahoo.com.br>
Tem o pessoal da Chapada Diamantina, de Alto Paraíso de Goiás, ... Mas esse é outro papo.

Do Amigo,
Saulo Xavier
sauloxavier@uol.com.br
(92) 9162-6648


Textos e Links

: O que é uma ecovila?
: O Tempo e o Livro

: Condomínio de Amigos
: Permacultura
: Floresta que produz alimentos
: Instituto Tibá (Tecnologia Intuitiva e Bio Arquitetura)

Links para Ecovilas

: Abra 144 (AM - Brasil)
: Nossa Ecovila (Brasil)

: Clareando (SP - Brasil)

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: Christiania (Dinamarca)
: Dancing Rabbit (EUA)

: Findhorn (Escócia)
: Gaia (Argentina)
: Global Ecovillage Network
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: Tamera (Portugal)

: The Farm (EUA)
: Visão de Futuro (SP-Brasil)