Educação no Tibá
Por Adriano Garbelini
Nota: isso é um esboço do que captei sobre o desejo
Tibá-educação, com forte influencia dos
meus conceitos sobre educação e de pai interessado
nos destinos de nossas crianças. F
ruto
de uma pesquisa que ainda continua. Confesso que estou me realizando
ao prestar esse serviço à ecovila Tibá.
Aceito sugestões, links, depoimento e intercâmbios.
Abraço com a espontaneidade das crianças,
Adriano Garbelini
articulação educatiba
adriano_garbelini@yahoo.com.br
11-69638311
O Tibá acredita numa educação interativa,
onde mestres também são aprendizes e aprendizes,
mestres. Aprender e ensinar pode ser simultâneo e recíproco. E
cada atitude das partes já é a própria educação.
Conviver com crianças, além de deliciosa é
aprendizado.
As brincadeiras são grandes fontes de educação
e intercambio de gerações. Elas promovem uma comunicação
que usa vários sentidos, dentre eles as emoções,
algo tão importante na consolidação das relações
pessoais. Também são experimentos pessoais importantes
para construção da individualidade do ente.
Arte é construção. É iniciar ou transformar algo
influenciável por si mesmo. É uma realização
humana necessária ao desenvolvimento educacional das crianças.
A arte é totalmente disponibilizada para os Tibatinhos.
No ensino formal podemos:
-adotar uma escola da rede publica nas imediações
da sede e atuar na sua gestão
-construir uma escola com pedagogia e conceitos próprios
dos valores Tibás, aberta à comunidade (inclusive
na operação) e mantida em parceria com
o estado
Lembrando que uma escola libertária não há
limites impeditivos, podendo as aulas até acontecerem
ao ar livre, ou ainda itinerante, cada dia num local, ou na casa
de algum aluno, professor, com muita prática observação
e interação ambiental e comunitária. Aliás
quanto mais selvagem a localidade Tibá, maior o aprendizado,
haja visto ser os ambiente naturais as melhores escolas para entender
o funcionamento da vida.
Uma gestão coletivizada é imprescindível
para uma escola. Aliás isso já é um aprendizado
em si, onde as responsabilidades, encargos e resultados são
compartilhados. Adultos numa escola são apenas facilitadores
e disponibilizadores. A decisão sobre sobre os conteúdos
do aprender, as condutas e regras, as ações, são
tomadas a partir do próprio mundo infantil. E para isso
acontecer precisa haver educadores capazes, sensível e
percebedores.
Um ensino ocasional pode acontecer em qualquer lugar, horário
e ambiente. Dispensa equipamentos, programações.....
são as próprias ralações
cotidianas entre os moradores duma localidade ou até fora
dela (internet, viagens...). Nesse tipo de ensino as ações
acontecem por necessidade e iniciativas das próprias crianças
a qualquer momento e local. A relação de poder do
adulto sobre a criança acaba, transformando em relação
igualitária
entre as partes. Uma utopia perfeitamente possível desde
que nós adultos mudemos radicalmente nossa disponibilidade
e maneira de relacionar-se com os pequenos.
A diversidade é algo muito desejado e aplicado na ecovila
Tibá. Um rodízio entre facilitadores/educadores
leva a diversidade de pensamentos ao aluno, tão importante
quanto a diversidade biológica Na educação Tibá
os adultos são pais de todas as crianças e as crianças
podem gozar de vários pais.
Promove-se a experenciação do mundo e a integração
com os outros seres, para que o aluno se sinta parte responsável
pela vida própria e integrante aos demais entes. É
uma forme de respeitar as historias de cada um, seus potencialidades,
dificuldades, anseios, posicionamentos, sentimentos e autonomia.
"Refletir, opinar, explicar, tudo isso pertence ao adulto.
Para sermos entendidos pela criança, devemos agir, fazer,
dar exemplo, mostrar, e não explicar".
Leonore Bertolot, Vivendo Com Crianças, 2001
"... vocês devem ensinar às suas crianças
que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós.
Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida
com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças
o que ensinamos às nossas: que a terra é nossa mãe.
Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos
da terra..."
carta do Chefe Seattle ao presidente dos EUA, 1854
"A criança tem o direito de ser o que ela quer e a
educação deveria facilitar e respeitar esse processo."
"A criança internaliza a palavra dos adultos que convivem
com ela. Deveria deixar de ser objeto dos desejos e necessidades
dos adultos."
Orlando Villas Boas presenciou um fato que lhe marcou.
Ao visitar uma aldeia reparou um indiazinha produzindo bichinhos
de barro pro seu irmãozinho ainda menor. Ela fazia bem
caprichado, devagar, como se fosse presentear alguém muito
querido. Ao acabar ela dava à criança que imediatamente
dava uma paulada e espatifava a obra de arte. Mas a indiazinha
fazia outra e outra, cada vez melhor e mais demorado.. E o irmão
quebrava, quebrava e quebrava. O Vilas Boas - inconformado com
aquela cena - foi ao encontro da indiazinha, questionando-lhe
por que não fazia os bichinhos de barro "de qualquer
jeito", já que seria quebrados pelo irmão.
A indiazinha respondeu que estava se divertindo muito com aquilo,
não tinha pressa nenhuma, estava aprendendo a manusear
o barro e além disso estava interagindo com um ente
querido e muito respeitado na aldeia: uma criança.
Pro Villas Boas foi um chacoalhão que nunca mais esqueceu.
Deixou marcado sua existência.
Links Relacionados ao Tema
www.summerhillschool.co.uk/pages/index.html
www.rubemalves.com.br
somaterapia.vilabol.uol.com.br/peda.html
www.rubedo.psc.br
www.caferomano.org/qualivida/contar_historias.html
www.aliancapelainfancia.org.br
www.tropis.org.br
www.estudosturisticos.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=837
www.actionaid.org.br/p/campaigns/educ.htm
www.brinquedotecas.com.br
www.novae.inf.br/pensadores/tempo_livre.htm
www.enlaces.org.br
www.campanhaeducacao.org.br
www.andi.org.br
MST - escola sem-terrinha
Escola Comunitária Mangueira - MG