Cooperativa de Amigos
(texto baseado no artigo "O
tempo, o livro e o dinheiro")
Hoje, conhecendo o pessoal da Permacultura, fico pensando se
não estive re-inventando a eco-vila quando escrevi este
texto... (2001)
Dion
Cooperação, diversidade e robustez
Esta idéia surgiu em uma conversa com o Ricardo dos Reis
("Sujeito"), sobre um cenário que ele chamava
de "cooperativa". Este cenário batia muito com
idéias que eu tinha também. Assim, faço aqui
uma adaptação, juntando idéias do Cyro, da
Chris Kfouri e do Ragazzo.
Mudei o nome por uma questão besta: cooperativa segundo
a legislação se aplica à pessoas da mesma
atividade econômica (digitadores, por exemplo). Aqui, diferentemente,
temos na diversidade de atuações um ponto à
favor do sistema (diversidade é riqueza e robustez).
A localização seria rural, embora à uma distância
percorrível de bicicleta do centro urbano mais próximo
(uns 15min de carro?), de dezenas, no máximo uma centena,
de almas. Uma hora de uma boa universidade também parece
ser fundamental, assim como boa água, terra e telefone.
Esse espaço, pelo qual se pagariam impostos baratos, dará
a área suficiente para nele erguerem-se os espaços
de trabalho, de moradia, de hospedagem, de oficina, de aulas e
de terra.
O espaço de trabalho
deverá ser algo contendo computadores, acesso à
internet, sala de reuniões, biblioteca de referência,
pranchetas, consultório e o que mais se possa imaginar.
Todo o custo disso dividido pelos seus usuários, como será
o caso das outras áreas. E ainda teremos a vantagem de
ter seu trabalho enriquecido por outros profissionais de outras
áreas.
A moradia poderá assumir
a forma preferida de cada um. Pode ser uma grande casa com vários
quartos e uma cozinha gigante. Pode, querendo mais privacidade,
ser uma casa atrás do morro, separada. Pode ter um grande
dormitório para a criançada. Fica ao critério
do freguês.
Oficinas. Como vimos, o trabalho
de artesão é uma oportunidade de agregar bastante
valor ao seu tempo. Assim encontramos espaço para uma marcenaria,
pintura em porcelana, oficina de ferro batido, cozinha semi-industrial,
oficina de cerâmica, e o que mais vier...
A hospedagem
terá a função de viabilizar vários
outros negócios. Cursos de marcenaria ou pintura para executivos,
eco-turismo, workshops e palestras, clínica de homeopatia,
recuperação pós-operatória, reunião
de grupos-tarefa para projetos desenvolvidos lá... Este
meio terá um relação com o espaço
de aula (auditório, sala...)
Terra será o espaço
para apicultura, jardim de cheiros, horta homeopática,
pomar e outras atividades que poderão fornecer até
matéria prima.
Com estas idéias esperamos que se possa pagar menos impostos,
fugir dos "custos-redemoinho" (engarrafamentos, etc), fazer economia
de escala, deixar de desperdiçar tempo, morar em um lugar
agradável, enriquecer o convívio e o trabalho...
E ainda levamos a vantagem de que com o aumento da diversidade
de atividades aumenta a robustez do sistema. Se uma atividade
vai mal, as outras podem estar indo bem, dar apoio e aproveitar
os profissionais da outra área para enriquecer o trabalho.
Também tem o apoio que uma comunidade pode dar, em caso
de adversidades, saúde ou aposentadoria. Sem contar com
o peso de m grupo para negociar preços.
Esta pode não ser a única alternativa para atingir
estes objetivos, mas é uma que parece-nos ser promissora.
Temos como empreendedores, até o momento, arquitetos, uma
analista de sistemas, um geólogo, uma médica, uma
psicóloga e engenheiros.
Mas gostaríamos de chamá-los para engrossar este
caldo. Nem que cada um faça uma cooperativa do seu lado
depois!